A Rede Sustentabilidade teve de intervir para impedir alianças contrárias ao programa do partido. A legenda de Marina Silva pediu na Justiça Eleitoral a impugnação da própria sigla em 39 cidades que desobedeceram ao comando nacional. “Esse é um procedimento convencional nos partidos quando o diretório municipal não segue uma regra do estadual ou nacional. São diversos os motivos”, afirmou o porta-voz José Gustavo Barbosa Silva. ”A gente canetou coligações sem identidade com a Rede ou que tinham algum tipo de irregularidade”, acrescentou o dirigente. Apesar de parte dos militantes defender o veto a agremiações como PSC e PT, o partido não estipulou uma restrição automática à aliança com nenhuma legenda específica, mas tomou algumas precauções para evitar surpresas desagradáveis. Uma resolução, por exemplo, proibiu coligações com pessoas que tenham ”comportamento autoritário e antidemocrático, sectário ou de gênero”. Essa decisão foi tomada após uma polêmica na ala jovem da Rede. O grupo rechaçou a aproximação, em Guarulhos, com o PSC, partido Jair Bolsonaro e Marco Feliciano. Segundo José Gustavo, a articulação com o PSC foi, na verdade, um boato disseminado para prejudicar o partido. Em Guarulhos, a Rede aliou-se ao PSB. Apesar de não proibir alianças automáticas com nenhum partido, a Rede Sustentabilidade optou por disputar sozinha na maioria das cidades. É o caso de São Paulo, onde o vereador Ricardo Young concorre à Prefeitura sem a retaguarda de nenhuma outra legenda. Young, no entanto, não registrou nem 1% de intenção de votos nas pesquisas. Em apenas três das 10 capitais, a sigla lançou candidaturas coligadas com outros partidos, sendo a maior frente em Macapá. No Rio de Janeiro, por exemplo, o deputado Alessandro Molon está coligado com o PV. Na capital do Amapá, única governada pela Rede, Clécio Luis concorre em uma chapa que reúne partidos díspares. Estão no mesmo palanque PCdoB, DEM, PSDB, PTdoB e PPL. Em plano nacional, os partidos com maior afinidade, em tese, com a legenda de Marina Silva são o PSOL, PSB, PV e PPS. Para a professora de política da PUC-SP Vera Chaia, a dificuldade da Rede em fazer alianças regionais decorre principalmente de sua rigidez programática. ”Se isso de um lado preserva o aspecto ideológico do partido, de outro dificulta a viabilidade de suas candidaturas”, disse.
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