Motos com selas para “corar” de vergonha os velhos tradicionais vaqueiros
As motocicletas vão gradativamente substituindo os cavalos no interior dos municípios brasileiros, em especial nas regiões Norte e Nordeste do Brasil. Peões de fazendas trocam os cavalos, tradicional meio para tocar boiada, pelas motocicletas. O veículo que cada dia aumenta o número de adeptos, é considerado, por eles, mais potente e capaz de passar por trilhas, atravessar córregos e matagais, executar as tarefas domésticas, como levar os filhos à escola. O que não é mais considerado novidade se tornou objeto de desejo dos moradores da zona rural de Jequié. “Ainda sobra um tempinho para ganhar um extra com o serviço mototáxi”, comentou um dono de moto na cidade de Lafaiete Coutinho. A facilidade de compra do veículo e a praticidade são as justificativas para que as motocicletas tomem o lugar que já foi dos cavalos. O peão das cilindradas, não usa chapéu, usa capacete.
Tocando a boiando em cima de uma moto (foto reprodução)
Apesar do uso do animal ainda atrair muitas pessoas de várias faixas de idades, inclusive os praticantes das montarias por lazer, nas tradicionais cavalgadas, para muitos, preparar o animal para a montaria e sair no galope pelas estradas é coisa do passado. Com a moto, todos ganham. O funcionário termina o serviço mais rápido e o patrão tem o empregado livre para o que precisar. Mas nem tudo são flores e os peões sentem no bolso o preço da comodidade. Na zona rural, os preços do litro da gasolina, dos pneus e das peças de reposição por vezes encarece o serviço. Outro agravante resultante da modernidade, são os acidentes, decorrentes da imperícia ou do tráfego por estradas de difícil acesso. Na zona rural, onde a fiscalização por parte dos órgãos de trânsito é extremamente distante, até quem não tem idade para tirar CNH (Carteira Nacional de Habilitação) pilota sem restrições uma moto com planos para ter o próprio veículo. A mudança do comportamento dos moradores da zona rural faz pecuaristas sofrerem com a falta de mão de obra especializada. Os mais jovens não querem montar em um cavalo e enfrentar uma boiada debaixo do sol forte ou chuva. Vaqueiros como antigamente, aqueles que preparam a sela do cavalo, cuidam do animal e dos pastos, estão cada dia mais escassos.(jequiereporter)
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