segunda-feira, 25 de agosto de 2014

No Brasil, 80% das estradas não contam com pavimentação


Pelos quase 1,7 milhão de quilômetros de estradas que cortam o Brasil escoa 58% do volume nacional de cargas. No entanto, 80,3%, mais de 1,3 milhão de km, não são pavimentadas. Ao todo, o país tem 12,1% de rodovias pavimentadas; os outros 7,6% são vias planejadas, isto é, ainda não saíram do papel. Dividida por esfera de jurisdição, a malha rodoviária sob responsabilidade dos municípios é a que menos tem estradas pavimentadas, apenas 2%. Nas que estão na esfera estadual, a pavimentação não passa de 43,5%. As federais, por sua vez, têm 54,2% das vias asfaltadas. Os dados, de junho deste ano, são do Sistema Nacional de Viação, do Ministério dos Transportes, e incluem a rede rodoviária administrada pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), concessões, convênios e MP-082. A falta de pavimentação é apenas um dos problemas da infraestrutura logística brasileira. Em 2013, 300 profissionais das 250 empresas que mais faturaram no setor participaram de uma pesquisa do Instituto Ilos, e 99% disseram acreditar que a infraestrutura logística causa perda de competitividade para o país. Ao todo, 97% apontaram que estradas malconservadas são o principal problema.

Levantamento da Confederação Nacional do Transporte (CNT), também de 2013, foi além: viu que o acréscimo médio do custo operacional devido às condições do pavimento das rodovias brasileiras é de 25%. "Sob responsabilidade do Dnit, 10% não são pavimentadas, mas a geração de riqueza não se dá só na esfera das estradas federais", diz o diretor geral do Dnit, Jorge Fraxe: Por lei, a não ser que mude o marco legal, não podemos fazer absolutamente nada fora das BRs. Defendo que municípios, estados e União tenham metas estratégicas ao longo de 20 anos, que haja um plano estratégico em conjunto. O PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) dá condições para criar infraestrutura e é um caderno de prioridades. Se houver esse caderno para estados e municípios, podemos avançar mais.

(A Voz da Bahia)

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