O Ministério da Saúde comunicou a
Organização Mundial de Saúde a suspeita de um surto de febre amarela no
País. Até o momento, foram contabilizados 12 casos suspeitos da
infecção, com cinco mortes. Os registros foram feitos nas cidades
mineiras de Ladainha, Malacacheta, Frei Gaspar, Caratinga, Piedade de
Caratinga e Imbé de Minas. As cidades estão localizadas em uma região
considerada de risco para febre amarela. O Ministério da Saúde destacou
uma equipe para fazer a investigação dos casos. Não há ainda prazo para
que resultados dos exames que comprovem ou descartem a febre amarela
sejam divulgados. O Ministério da Saúde foi comunicado sobre as mortes
na noite de quinta-feira. Elas se somam a um outro óbito, ocorrido no
interior de São Paulo, no dia 26 de dezembro. No caso de São Paulo, o
paciente era morador de uma região também considerada de risco para
febre amarela. Ele não estava vacinado. Na região de São Paulo, houve um
aumento de morte de primatas, um indicativo de recrudescimento da
circulação do vírus da febre amarela. Diante dos casos, o Ministério da
Saúde reforçou a recomendação para que todas as pessoas residentes de
áreas consideradas de risco para febre amarela se certifiquem de que
estão devidamente imunizados. Autoridades mineiras devem organizar uma
vacinação da população que ainda não está protegida contra a doença. Na
região que concentra os casos em investigação, os estoques da vacina, de
acordo com Ministério da Saúde, são suficientes: 250 mil doses. A pasta
garante haver vacinas suficientes para a demanda em todo o País. Ano
passado, foram registrados seis casos de febre amarela no País, com
cinco mortes. Os óbitos ocorreram nas cidades goianas de Senador Canedo,
São Luiz de Montes Belos e Goiânia; nas cidades paulistas Bady Bassit e
Ribeirão Preto e em Manacapuru, no Amazonas. A confirmação mais recente
foi do caso de Ribeirão Preto. A vítima era um homem de 52 anos,
morador da região próxima da Mata de Santa Tereza. Ele não estava
vacinado e buscou atendimento médico dia 22 de dezembro. Na região,
também foi identificada a morte de macacos provocada pela febre amarela,
um sinal que sempre coloca em alerta autoridades sanitárias, por ser
indicativo de recrudescimento da circulação do vírus em áreas
silvestres. O ciclo silvestre de transmissão do vírus de febre amarela
se estabelece com primatas não humanos e mosquitos. Todas as vezes em
que a ocorrência em animais é identificada, há um alerta para se
reforçar as medidas de proteção entre humanos, por meio da vacinação.
70% da população da cidade de Ribeirão Preto está vacinada contra a
febre amarela. O ideal é que a cobertura seja de 100%. A recomendação
feita pela Organização Mundial de Saúde é de se aplicar apenas uma dose
da vacina durante a vida. No Brasil, no entanto, a indicação é de que
sejam dadas duas doses. A vacinação também deve ser feita em pessoas que
se destinem a regiões consideradas de risco. Além da imunização,
pessoas que planejam turismo rural devem adotar outras medidas como usar
durante os passeios sapato fechado, camisa de manga longa e calça
comprida e repelentes. Pacientes com doenças que comprometam o sistema
imunológico devem procurar o médico para saber se a vacinação é
indicada. Transmitida por vírus, a febre amarela provoca calafrios, dor
de cabeça, dores nas costas e no corpo, náuseas e vômitos, fadiga e
fraqueza. Em casos graves, a pessoa pode desenvolver febre alta,
coloração amarelada da pele e do branco dos olhos), hemorragia e,
eventualmente, choque e insuficiência de múltiplos órgãos. Cerca de
20-50% das pessoas desenvolvem doença grave, podendo vir a óbito.
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